Ensaios sobre a filosofia da inveja




O ser ignorante, inculto, de baixo Qi, tem uma forte tendência a ser autoritário. O mais ditador de todos é sempre o menos inteligente do seu meio. A pessoa não possui capacidade para pensar, planejar, organizar, empreender, e se utiliza de um discurso de força para oprimir quem é contrário a sua opinião, pois só sabe mandar e acha que os outros são seus subordinados. E como ele é invejoso também, por ser um fracassado na vida, começa a pensar que outra pessoa não mereça possuir o que tem, ser o que é, em sua riqueza cultural, espiritual e/ou financeira. Acha que só ele possui o mérito para poder ser alguém. Mesmo que ele nunca tenha trabalhado, estudado, corrido atrás de alguma forma honesta para conseguir realizar os seus sonhos.

É justamente nesse esgoto social que nasce uma tirania. É a tentativa de reverter a ordem natural das coisas, as leis do universo. É uma tentativa desonesta de se apoderar do que não é seu. Seja de qual partido político for. Seja referente a qualquer pessoa sem partido, seja referente a qualquer massa da manobra, “gado”. De qual classe for, desde o mais humilde biscateiro, até o banqueiro bilionário corrupto ajudado por um governo. O sentimento coletivista forçado sempre irá prevalecer como a justificativa da inveja.


"Veritatis simplex oratio."
[Sêneca, Epistulae Morales 49.12]


Célio Azevedo.
Jornalista, filósofo e escritor