ANÁLISE DO MODELO SEMIÓTICO-TEXTUAL



Teorias da Comunicação

O modelo semiótico-informacional fala da negociação entre emissor-receptor, a transferência da informação para a transformação de um sistema em outro, garantida pelo código, afirmando que a dessimetria entre os mesmos não é tida de forma suficiente em consideração. O modelo semiótico-textual aparece como um desdobramento mais complexo da teoria semiótica.

Nesse modelo já não são as mensagens que são veiculadas, o que pressuporia uma posição paritária entre emissores e receptores, e sim os conjuntos de práticas textuais como afirma Mauro Wolf em sua análise.

Na década de 80, o autor também detectou a crise em que o modelo informacional e seus desdobramentos estavam. Os motivos foram a presença de quadros de referência mais gerais para os estudos dos mass media, a mudança de problemáticas consideradas principais, a progressiva inutilidade da pesquisa empírica de baixo perfil e a existência de abordagens diferenciadas sobre o conceito de comunicação.

Os signatários recebem, além de mensagens reconhecíveis a partir de códigos compartilhados, conjuntos de práticas textuais oriundos da Cultura, possibilitando a apreensão do modo como os dados sociológicos dos aparelhos dos mass media (fluxo unidirecional, centralização, formatos rígidos, etc) se transformam em mecanismos comunicativos que incidem sobre os processos de interpretação, aquisição de conhecimentos e sobre os efeitos do veículo.

O que falta ao diagnóstico de Wolf é a expansão da presença e da importância da dimensão da Cultura e das mídias na sociedade atual, além de se perceber para onde a tradição teórica estava migrando, como as das ciências cognitivas. Embora o campo seja muito híbrido, é possível afirmar que um sétimo tipo de modelo do processo comunicacional surgiu nele, o Modelo Cognitivo, que trabalha com a lógica de que a mente é um sistema que trabalha com as informações.

Célio Azevedo.